Revenda Folheados de Qualidade

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A beleza (autoria desconhecida)


Existem três tipos de beleza:
A sólida, a liquida e a gasosa.
Qual das três será a mais bela princesa?
Qual das três será no fundo mais formosa?

A gasosa ! Lá vai ela,
tão airosa, tão na dela,
tão vaidosa, orgulhosa e convencida!
Vai cheirosa, perfumada,
desfilando empertigada,
olhando o corpo pelas montras da avenida!

Se eu fosse a montra lhe dizia,
como é feia essa mania,
de ir passando todo o dia
a se autoelogiar.
Se eu fosse a montra me partia
e cortava essa vadia
só para ver se ela viria
se exibir a coxear!

(Com franqueza este tipo de beleza
não é digno sequer de se cantar!)

E atrás lá vem a outra
com um rapaz, de água na boca
vem beijando o jovem desconhecido!
Ele diz de perto ao seu ouvido,
"como é belo o seu umbigo",
e ela "vem-se", vem se rindo que nem louca!

Se eu fosse o jovem lhe trincava
o pescoço e lhe mostrava
como é feio ser-se escrava
de um corpo de ocasião!
Se eu fosse o jovem lhe gritava
ao ouvido o quanto é parva
só para ver se ela ficava
a rir-se da situação!

(Com franqueza este tipo de beleza,
não é digno sequer de uma canção!)

Mas olha quem vem desolada
do outro lado da estrada,
é a sólida e a amiga solidão!
Vem com ela enamorada,
olhando as pedras da calçada,
consolando-a com uma triste canção:

Se eu fosse bela e atraente,
bem disposta e sorridente,
viveria alegremente
e teria felicidade!
E sendo bela queriria
ser mais bela e mais ainda,
sempre bela noite e dia,
a mais bela da cidade!
E quem sabe a mais amada,
a mais querida e desejada,
a mais linda e cortejada
mulher da humanidade! (Mas...)
Estaria escrava da beleza!
Ajoelhada aos pés da presa!
Já sentido a certeza
de ser feia na verdade!

(Porque a beleza, seja dito com franqueza,
é um estado de esprírito e não uma qualidade!)



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